Um projeto que reafirma o compromisso da Prefeitura de Conselheiro Lafaiete com a cultura tradicional e as manifestações religiosas de origem africana, tão expressivas em suas multiplicidades, no complexo cultural lafaietense, foi realizado pela Secult - Tambores de Queluz, confecção de tambores ou caixas. O projeto, importante instrumento de manutenção da rica cultura lafaietense, tem como objetivos valorizar a identidade cultural dos grupos e de indivíduos portadores de conhecimento dos contextos da cultura afro-brasileira; promover e fortalecer a inclusão social; criar condições de produção do instrumento e, conseqüentemente, dotar os grupos da cidade de melhores condições, além de possibilitar que se repasse às gerações o conhecimento, visto que o folclore, patrimônio cultural, é aqui considerado em sua especificidade uma forma de resistência que vem mantendo força e vitalidade. “Os tambores ou caixas – como são conhecidos - são instrumentos sagrados, elo entre o homem e o divino e que devem ser fabricados artesanalmente, pois, somente os materiais retirados da natureza, conseguem a afinação adequada aos ritmos e sons das festas em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia, São Benedito e outros. Estão presentes em todos os lugares onde se expressa a religiosidade e manifestações culturais africanas no Brasil. Eles acompanham o ritmo e o movimento da Capoeira, Maculelê, Roda-de-Samba, Reisado, Festa do Divino, Folia de Reis etc”, disse Luiz Otávio, diretor da Casa de Cultura. “Eles evolvem o canto, ritmo e o toque. È o tambor que guia, orienta, e coordena os passos das cerimônias rituais. É preciso conhecer o sentido do ritmo dos tambores para acompanhar o desenvolvimento religioso das cerimônias que estão sendo celebradas”, ressaltou Luiz Otávio que coordenou o trabalho, junto com Valéria do setor de Movimentos Populares. “Elo entre os mundos que a escravidão relegou ao esquecimento, o tambor possibilitou a sobrevivência de ligações ancestrais, favorecendo a lembrança de línguas, rituais, danças, elementos vinculados ao rastro da presença de um passado transformado em resistência e em busca de identidade e afirmação. A ‘voz’ do tambor se negou a ficar muda. Permaneceu guardada na fala dos corpos, dos gestos, dos passos que reconheciam nos batuques a essência de uma liberdade perdida nos limites da escravidão física”, concluiu Luiz Otávio. Realizado nas dependências da Casa de Cultura, o Projeto foi custeado pela prefeitura. A instrução ficou a cargo do mestre Antônio Muniz, que veio da capital ministrar o curso. Ao final, sábado (30), todos receberam certificado de participação e ainda puderam levar a caixa confeccionada. A entrega de certificado contou com as presenças do prefeito Dr. Barros, de sua esposa e de membros do Governo.. Luiz Otávio e Valéria disseram estar satisfeitos com trabalho realizado. Disseram ainda que o curso foi muito satisfatório, os objetivos foram alcançados e outros projetos serão elaborados.

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Por: Luiz Ótavio da Silva - Diretor da Casa de Cultura (SECULT)

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Os Agradecimentos vão para o secretario Geraldo Lafayette, que tão atenciosamente aprovou o projeto, ao senhor Antônio Muniz, Capitão Mor da Irmandade dos Ciriacos que ministrou o curso tão perfeitamente bem, a nós do Cultura Lafaiete que estivemos presentes em todos os dias do curso, a todos os participantes que se empenharam ao máximo para fazer o melhor póssivel, por último mas não menos importante os sinceros agradecimentos de todos para o Srº LUIZ ÓTAVIO DA SILVA e Srª VÁLERIA GONÇALVES DA ROCHA que fizeram este curso acontecer independentas das pedras ao longo de todo o curso, a todos Muito Obrigado!